Procura Turística em Esposende

Procura Turística em Esposende


O concelho de Esposende desde bem cedo foi procurado por gentes que, do Porto, Braga e outras urbes dos arredores, atraídas pelo seu enquadramento natural onde pontifica o oceano Atlântico e as bacias hidrográficas dos rios Cávado e Neiva, aqui se deslocavam para passar as suas férias alojando-se em casas e quartos particulares.

José Augusto Vieira, numa das suas peregrinações pelo Minho Pitoresco, em finais do séc. XIX, refere: “É tão deliciosa a situação de Esposende, que depressa se dá por terminada essa visita para ir de sobre o molhe admirar a bella paysagem marinha, que se desenrola em toda a sua extensão”. 

A procura turística cresce e o negócio do turismo prospera, vindo-nos à memória da saudade, na primeira metade do século XX, o Hotel Rio Cávado e a Pensão Guimarães, em Fão, e, mais tarde, o Hotel Vilarinho – depois Pensão Rego -, a Pensão Laranjeira, a Pensão do “Micas” e a Pensão Suave Mar, entre outras, em Esposende. 

Os anos 60 marcam uma nova dinâmica de implantação de novas unidades com maior capacidade de alojamento, apontando-se curiosamente um facto ocorrido em Julho de 1962, em que os hotéis Ofir e Suave Mar foram obrigados a recusar alojamento nas suas instalações face à verdadeira “avalanche” de turistas. Percorre-se um período de glória para o turismo em Esposende, onde algumas figuras do “jet-set” europeu entre as quais as  “senhoras  de  fino  gosto” procuram a zona de Ofir  para  espalhar  o  seu  charme.  Ainda em 1962, o município de Esposende  ciente  do  potencial  turístico  do  concelho  estabelece uma  Comissão de Turismo  que,  conjuntamente  com  a  Câmara  Municipal  de
Esposende, organiza uma jornada a que deram o nome de “Um dia feliz na zona de Turismo  de Esposende”,  tendo  para  o  efeito  convidado  várias personalidades  de  Lisboa,  do  Porto  e  da  Galiza,  tendo  a  mesma  resultado num enorme sucesso. Numa breve análise estatística à procura turística, poderemos verificar através dos Livros de Registos de Estrangeiros que o  total de hospedes  em  1963 no concelho de Esposende era de 1.447, estrangeiros oriundos essencialmente  de  países  como  a  Inglaterra,  França, Alemanha  e  Espanha.

Num dado período de análise, por exemplo entre 1970 e 1977, baseados em dados fornecidos pelo  INE,  saliente-se  o  incremento  positivo  de  mais  31.030 hóspedes, o que reflete numa variação total de 316%, correspondendo a uma variação  média  anual  de  12%. Para estes valores muito contribuíram os hóspedes portugueses que sofreram uma variação positiva de mais 21.263 – variação total de 550%. Também as dormidas acompanharam esta subida da procura, cifrando-se neste  período uma variação positiva de 65.652, correspondendo a  uma  variação  total  de  148%  e  anual  média  na  ordem  dos 5%. A título de curiosidade, refira-se que a relação de hóspedes estrangeiros e portugueses era, em 1970, de 61% e 39%, já em 1997 apontava para os 38% e 62%. Significa isto que, em 1970, existia uma relação de 100 estrangeiros para 70 portugueses, em 1991 esta relação encontrava-se mais equilibrada, pois para cada 100 estrangeiros existiam 99 portugueses, no entanto, este ano marca o ponto de viragem, verificando-se já em 1997 que o panorama converte-se completamente, existindo para cada 100 portugueses 63 estrangeiros.

Apelidado muitas vezes de “Algarve em miniatura”, a zona turística  de Ofir e Esposende, apesar da passagem dos anos ainda mantém grande parte do  seu  encanto,  através  das  suas  idílicas  praias  atlânticas  e fluviais  onde  se  destacam igualmente as praias de Apúlia,  Barca do Lago, Minante e Morena, entre outras. A julgar pela  elevada  e  diversificada  oferta  de  recursos  turísticos,  o concelho  de  Esposende  detêm,  efetivamente,  um  enorme  potencial  turístico onde desponta uma Área de Paisagem Protegida que guarda inúmeros valores ligados à fauna e á flora,  um  acervo  arqueológico  riquíssimo  com especial  destaque  para  o  musealizado  Castro São  Lourenço,  em  Vila  Chã,  equipamentos  de animação     como     o Complexo    de    Lazer das  Piscinas  Foz  do Cávado,  um  campo  de  Golf  de  9  buracos,  o  maior arraial  minhoto  do  país,  uma  das  mais  reputadas discotecas do Norte de Portugal. Enfim uma panóplia de atrativos que requer, no entanto, organização do seu produto, uma    mescla de sol e praias complementado com o património   construído   e natural,  sem  esquecer  a  “gulosa”  gastronomia, o artesanato, o património etnográfico e, é claro, o saber receber e a afabilidade em que somos exímios à longas décadas.  


Procura Turística em Esposende
Procura Turística em Esposende créditos de imagem

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