Património e Turismo
Desde os seus
primórdios, o Turismo é considerado um meio privilegiado para que as culturas
se conheçam e se relacionem entre si.
Desde o século
XVIII, quando alguns jovens europeus faziam o “Tour”, que a cultura está
presente nas viagens. Nesta época, a possibilidade do contacto com o património
funcionava como principal motivação para a deslocação, permitindo a estes
jovens complementar a sua formação.
Assim, a relação
entre Património e Turismo é estreita, uma vez que o Património é, desde então
até aos dias de hoje, fator de deslocação para um determinado destino
turístico.
Segundo o Grupo
Europeu de Património, 30% das motivações e dos consumos turísticos são
induzidos direta ou indiretamente pelo património (Silva, 1999), o que revela a
sua importância.
Deste modo, a
sua preservação e divulgação são uma necessidade, uma vez que, sem elas, a
qualidade da experiência do turista diminui grandemente.
As intervenções
feitas têm que, na ótica de Rapagão (1999), satisfazer, por um lado, valores
globais ao mesmo tempo que defendem os valores locais.
Neste sentido,
considera o autor, há três vértices a respeitar: a “verdade”, a “qualidade” e a
“viabilidade” das intervenções que possam ser feitas, uma vez que esta
recuperação tem que ser “sinónimo de produção de património”, no sentido de manter,
ao máximo a “validade e a identidade dos valores patrimoniais”, tendo em vista
um longo período de tempo.
Em 1972, a
UNESCO aprovou a Convenção para a Proteção do Património Mundial, Cultural e
Natural que é, na área da preservação do património, uma importante ferramenta
a nível mundial e de grande reconhecimento junto da opinião pública. O
principal objectivo é criar um sistema que possibilite e leve a comunidade
internacional à preservação de bens com valor excecional.
O preâmbulo
desta Convenção justifica a razão de ser desta iniciativa ao afirmar que
“O património cultural e o património
natural estão cada vez mais ameaçados não só pelas causas tradicionais de
degradação mas também pela evolução da vida social e económica que as agrava,
através de fenómenos de alteração e de distribuição ainda mais temível.”
A Lista de
Património Mundial inclui 700 bens inscritos, 13 deles portugueses e um dos
quais o Centro Histórico do Porto, objeto de estudo deste nosso trabalho.
Atualmente,
sabe-se que o facto de dado monumento, conjunto ou sítio pertencer a esta
Lista, traz-lhe mais notoriedade e prestígio, o que leva a que, mais
facilmente, pertença às rotas e guias do Turismo Cultural internacional.
Esta constatação alerta-nos para a possibilidade de, aumentando a procura,
se fomente o desequilíbrio entre “as condições de preservação e a capacidade de
acolhimento”.
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Património e Turismo créditos de imagem |
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